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Resumo da história da guiné bissau desde a pré-historia até os dias mais recentes

Pré-história
Durante a pré-história o País era  habitado por povos florestais e as primeiras evidências da vida humana  (ferramentas e outros produtos manufacturados) foram descobertas na  África Ocidental, incluindo na Guiné-Bissau, 200.000 anos A.C. Estes  produtos manufacturados são atribuídos à Homo erectus, o antecessor de  Homo sapiens (homem contemporâneo).

História

Os Mandingas invadiram a Guiné-Bissau no século 13 A.C. e fundaram o  reino de Gabú (conhecido por império de Kansalá), vassalo do império do  Mali no século 15.

Chegada dos europeus

O navegador português Nuno Tristão descobre as costas  da Guiné-Bissau em 1446 e a partir de 1450, os navegadores faziam o  comércio dos escravos, do ouro, do marfim e das especiarias com este  País. O monopólio dos portugueses terminou fim do século 17 quando  comerciantes ingleses, holandeses e franceses começaram a interessar-se  também pelo comércio dos escravos. A partir dos séculos seguintes, os  territórios em redor da "Guiné Portuguesa" tornavam-se propriedade  francesa e inglesa. Portugal satisfazia-se de permanecer em zona  costeira e não reclamava as partes interiores. Apenas em 1880, quando as  potências europeias começaram a partilhar o continente africano (1870,  sob a arbitragem de presidente americano Ulysses Grant; 1885,  conferência de Berlim; 1886, acordo franco-português; e em 1897, a  Guiné-Bissau transformou-se numa colónia autónoma de Portugal).

Período colonial

No fim do 19 século os navios ingleses patrulhavam na  região para proibir o comércio dos escravos. Nessa época, para 1915, os  portugueses voltaram-se mais para a exploração agrícola, penetraram no  interior das terras e após várias guerras com as populações locais,  chegaram a controlar todo o território. Ao contrário de outras potências  coloniais, Portugal desenvolvia pouco as infra-estruturas e o acesso à  educação, o trabalho forçado era aplicável, a administração era exercida  por Cabo-verdianos, mestiços (e não por autóctones) e o regime era  opressivo, sobretudo com a chegada ao poder do ditador Salazar em  Portugal, em 1926. A população local opôs-se desde 1936 e, em 1956,  Amílcar Cabral criava o Partido Africano para a Independência da Guiné e  Cabo Verde (PAIGC).

Guerra de libertação

Após o massacre dos estivadores, em greve no porto de  Pinjiguiti em Bissau em Agosto de 1959, o PAIGC decide optar pela luta  armada a qual começou efectivamente em 1963. Em 1969, o PAIGC, com a  ajuda substancial da URSS e de Cuba ganhara o suporte das bases e  controlara quase dois terceiros do território. Apesar da resistência  árdua dos portugueses e o assassinato de Amílcar Cabral, em Conakry, no  início de1973, o PAIGC ajudado pela URSS, China e Cuba declarara  unilateralmente a independência da Guiné-Bissau o 24 de Setembro de  1973. Assim terminou uma das mais longas lutas de libertação em África. A  maior parte dos países-membros da ONU, reconhecera rapidamente o novo  governo e Portugal, após a queda da ditadura (Revolução dos cravos) em  1974 agiu do mesmo modo e a 10 de Setembro de 1974 reconheceu a  independência do País.

Independência

Luís de Almeida Cabral (o irmão de Amílcar Cabral)  tornou-se o primeiro presidente da Guiné-Bissau, admitida nesse mesmo  ano nas Nações Unidas. Embora Portugal tivesse recusado dar ao mesmo  tempo a independência às ilhas do Cabo Verde e a Guiné-Bissau (a  independência do Cabo Verde teve lugar apenas em 1975), os dois países  mantiveram o PAIGC como partido político comum durante cinco anos. Vindo  Cabo a transformar o PAIGC, em PAICV, após o golpe de estado de 14 de  Novembro de 1980 na Guiné-Bissau, na sequência da qual caiu por terra o  projecto e a política de unidade dos dois países e povos.
Aquando da independência os indicadores  socioeconómicos eram catastróficos: apenas 5% da população podia ler, a  esperança de vida era de 35 anos, 45% das crianças morriam antes da  idade de 5 anos. Na sequência da guerra, a produção de arroz tinha caído  de 70% e teve de ser importado pela primeira vez.
no partido de Estado com uma linha de condução  socialista. Tomou o controlo da economia e eliminou sistematicamente os  seus.

Os anos 1980

O 13 de Novembro de 1980, a Assembleia Nacional  adoptava uma nova Constituição a qual reforçava os poderes do Presidente  da República e a política de unidade entre a Guiné-Bissau e Cabo Verde.  Imediatamente depois, e em reacção à esta decisão, o Primeiro-Ministro,  João Bernardo Vieira (dito Nino), antigo comandante em chefe das forças  armadas durante a luta de libertação, derrotou o regime de Cabral, e  instalou à cabeça do Estado um Conselho de Revolução (constituído de 7  oficiais e 2 civis) e pôs também termo aos planos da eventual unidade  dos dois países.
Nino Vieira, inicialmente, continuara seguir a linha  socialista, mas incentivava também a neutralidade política. No ano  seguinte, após eleições, é eleito Presidente do Conselho de Estado que  só foi dissolvido após as eleições presidenciais de 1994. No entanto, a  vida continuava a ser muito dura para a população e o novo Presidente,  após uma tentativa de golpe de Estado em 1985, distanciava-se  sensivelmente do marxismo e voltava-se mais para o Ocidente. Em  Fevereiro de 1989 remodelações ministeriais tiveram lugar e foram  seguidas por eleições legislativas e presidenciais das quais Nino Vieira  foi eleito por unanimidade (seja ao nível da Assembleia Nacional  Popular, seja ao nível do Conselho de Estado).
Embora o regime de Nino Vieira tivesse sido  caracterizado por acusações de alegada eliminação dos oponentes  políticos e dissidentes, introduzia também reformas no âmbito da saúde e  medidas para o aumento da produção agrícola e a diversificação da  economia. Contudo os desempenhos económicos continuavam a ser baixos e o  País continuava a depender da ajuda externa para gerir os défices  crescentes.

Os anos 1990

Em 1991 aquando do 5o congresso do partido, o  estatuto do PAIGC como partido único foi revogado, e em 1994 (após 3  tentativas de golpe de Estado) aquando das primeiras eleições  democráticas no País, Nino Vieira foi elegido Presidente da Republica  com 52%. O resultado foi contestado por muitos guineenses, mas a fim de  salvaguardar a unidade nacional, o oponente Koumba Yalá aceitava os  resultados.
A situação socioeconómica, embora melhorado de 1995 à  96, começou a deteriorar-se em 1997, com o início das greves do pessoal  que da educação, da saúde e dos funcionários públicos que protestavam,  designadamente, contra o desaparecimento dos fundos da ajuda  internacional ao desenvolvimento internacional nas mãos do governo. Em  Junho de 1998, uma revolta das forças armadas estoirou e uma junta  militar, chefiada por Ansumane Mane, Chefe das Forças Armadas  instalou-se.
A Junta militar tinha o suporte de uma maioria da  população enquanto o governo foi apoiado por forças enviadas dos 2  países vizinhos (Senegal e Republica da Guiné). Os combates eram  violentos e cerca de 300.000 pessoas foram deslocadas. Bissau era uma  cidade fantasma com os cidadãos tenta fugir do País ou pôr-se ao abrigo  nas zonas rurais e nas ilhas.
Em Agosto de 1998 um cessar o fogo foi declarado,  mas em Outubro de 1998, os combates retomavam. Em Maio de 1999, a Junta  ganhava o conflito e após ter exilado Nino Vieira em Portugal, instalou  Malam Bacai Sanhá, anteriormente Presidente da Assembleia, como o  Presidente temporário.

A Guiné-Bissau a partir 2000 até hoje

O 16 de Janeiro de 2000, Koumba Yalá do Partido do  Renascimento Social (PRS) foi elegido como Presidente da República após  eleições transparentes realizadas em Novembro de 1999, no entanto as  tensões entre ele e as forças armadas desembocaram na morte na zona de  Quinhamel, a 40 Kms de Bissau, de Ansumane Mane que se havia auto  declarado chefe supremo das forças armadas.
Durante os anos seguintes, a paz foi globalmente  mantida com apenas uma interrupção em Novembro de 2000, mas a vida  política era marcada por uma instabilidade governamental. Na sequência  da dissolução da Assembleia Nacional Popular em Novembro de 2002 pelo  Presidente, este último nomeou um governo de iniciativa presidencial,  responsável pela gestão dos negócios correntes e a preparação de  eleições. A vida política, então, era marcada por uma contestação  permanente da oposição e uma situação conflituosa no plano jurídico –  institucional onde surgiam acusações ligadas ao controlo dos meios de  comunicação, as intimidações de oponentes, a não promulgação da nova  Constituição, aprovada pela Assembleia Nacional Popular, e a nomeação  pelo Presidente da República do presidente do Supremo Tribunal de  Justiça.
É neste quadro bastante turbulento que o 14 de Setembro de 2003, teve  lugar o golpe de Estado, que afastou Koumba Yalá do poder. Na sequência  deste golpe, os militares, os partidos políticos e a sociedade civil  adoptaram a Carta de Transição Política. Desde então, as eleições  legislativas foram realizadas à data prevista, o 28 de Março de 2004 e  ganhas pelo PAIGC. Com a realização das eleições legislativas, a  primeira fase da transição política terminava.
As eleições presidenciais, que tiveram lugar com os escrutínios de 19 de  Junho (1ª volta) e 24 de Julho (2ª volta) de 2005, proporcionaram a  eleição de Nino Vieira ao cargo de Presidente da República. Isto após  várias turbulências políticas das quais se salientam, de um lado, o  levantamento militar de 6 de Outubro de 2004 saldado, designadamente,  pela morte do Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas  (Veríssimo Seabra) e, do outro lado, a contestada admissão, pelo Supremo  Tribunal de Justiça, das candidaturas ás eleições presidenciais de  Koumba Yalá e Nino Vieira.
Assim, com essas eleições, registou-se o fim da transição política e o  regresso à normalidade institucional e constitucional do País.

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